Colloquium: Revista Multidisciplinar de Teologia

Editorial

2024-11-10T07:57:34-03:00

A herança de Lutero na terra dos marechais

2024-11-10T07:55:32-03:00

Em 2024, a Igreja Evangélica Luterana do Brasil completa 43 anos desde sua chegada em Maceió. A igreja, ao longo dos anos, consolidou-se como espaço de fé e ação social, contribuindo para o ecumenismo, a diversidade religiosa e a partilha da mensagem do evangelho na região. Utilizando os métodos etnográfico, de fotoetnografia e entrevista, foi realizada uma investigação através das fontes materiais documentais, de fotografias e testemunhos de membros da comunidade, com o objetivo de apresentar uma breve historiografia da instituição religiosa em Alagoas. A pesquisa também revelou sua trajetória como parte significativa da história religiosa local, bem como sua importância na promoção de valores humanitários, pautados nos pressupostos da Reforma Protestante, encabeçada por Martinho Lutero em 1517.

O Vazio Infinito e o Divertissement em Blaise Pascal

2024-11-10T07:57:31-03:00

O presente artigo seguirá o método de revisão bibliográfica sobre a temática filosófica pascaliana do vazio infinito e do divertissement, presente na Lettre e nos Pensamentos. Ao sentir-se abandonado por seu objeto infinito (Deus), o ser humano busca sem êxito preencher o seu vazio infinito por meio de objetos finitos, ou seja, pela busca constante do divertissement. O vazio infinito e o divertissement em Blaise Pascal, tão presentes em nossas vidas, são consequências do completo abandono de Deus, isto é, do próprio objeto infinito. Por esta razão, ao sentir-se abandonado por seu objeto infinito, o ser humano passa a buscar incansavelmente, de forma consciente ou não, satisfazer o seu vazio infinito por meio de objetos finitos. Diante desse desejo de preenchimento do seu vazio infinito, o homem lança-se no divertissement, conceito que, em síntese, denota as manobras que ele usa para desviar o pensamento das suas misérias existenciais e das suas múltiplas insuficiências a fim de esconder e não encarar seus constantes fracassos. Em Pensamentos, Pascal procura demonstrar que o homem, em todos os tempos, envolveu-se num emaranhado infinito de afazeres diários que o tornou distraído, desviando-o do que é realmente importante, sua quietude e seus momentos de autorreflexão. Portanto, este artigo visa contribuir para entender o pensamento de Blaise Pascal acerca do grande drama existencial do homem em sua busca constante de alívio ao fardo das misérias da sua existência e apontar caminhos de retorno ao objeto infinito, Deus, único capaz de preencher o vazio infinito.

Palavras-chave: Vazio infinito. Objeto infinito. Divertissement. Pascal.

O discipulado da mente

2024-11-10T07:57:29-03:00

No presente artigo faremos uma apresentação da obra Cristianismo Puro e simples, expondo o contexto em que foi escrita e fazendo uma exposição do conteúdo e relevância par a cosmovisão cristã. A obra Cristianismo Puro e simples é um dos livros mais conhecidos de C.S. Lewis, obra que expõe uma fé comum e que pode servir de norteamento discipulador para muitos iniciados na fé que desejam uma maior coerência e fundamentação para uma posterior reflexão cristã.

A construção de si pela retomada do discurso do outro

2024-11-10T07:57:28-03:00

Este artigo analisa estratégias de construção discursiva das (auto)imagens de Benedita da Silva (PT) e Damares Alves (Republicanos) a partir do recorte de trechos dos discursos de ambas em dois eventos diferentes, o I Encontro de Evangélicos e Evangélicas do Partido dos Trabalhadores, realizado em abril de 2019 e um culto na Assembleia de Deus, ministério Fama, em Goiânia, em outubro de 2022. O trabalho está fundamentado em Bakhtin (2010), Charaudeau (2018) e Amossy (2019). Os resultados apontam que, em vários momentos, as oradoras retomaram o discurso cristão evangélico para construírem a imagem de mulheres virtuosas, representantes da política ideal.

O mandamento do amor e a percepção da alteridade

2024-11-10T07:57:26-03:00

A obra Os Quatro amores de C.S. Lewis, autor britânico, professor de Oxford – Inglaterra, explora a natureza do amor a partir da perspectiva filosófica cristã. Ela foi publicada em 1960 e aborda quatro tipos distintos de amores, mas em profunda relação: Afeição, Amizade, Eros e Caridade. As obras do amor – Algumas considerações cristãs em formas de discursos foi publicada em Copenhague, em 1847, pelo autor dinamarquês Søren Kierkegaard. A obra é distribuída em duas séries onde a primeira analisa o mandamento do amor ao próximo e a segunda o hino à caridade do apóstolo Paulo. O autor recorre à filosofia grega, especialmente comparando o amor cristão (ágape) ao amor apaixonado platônico (eros/Eskov) e à amizade aristotélica (philia/Venskab). Este artigo trará quatro pontos importantes das relações entre amor e alteridade em C.S. Lewis e Søren Kierkegaard, fundamentalmente, a partir das duas grandes obras mencionadas. Primeiro, trabalhará a origem do amor e sua relação com a noção de alteridade. Num segundo momento, o trabalho esboçará a relação entre o amor ao próximo e sua relação com a ideia de alteridade. Em terceiro lugar, será trazida a relação entre amor caridade de Lewis com o amor ao próximo de Kierkegaard e seus desdobramentos com respeito à alteridade. Num quatro e último instante, a obra apresentará a relação entre a categoria de alteridade com os amores prediletivos ou naturais.

Um estudo sobre cosmovisão objetivando perceber a sua relação no contexto da prática ministerial cristã

2024-11-10T07:57:23-03:00

Propõe-se por meio deste artigo uma reflexão sobre o conceito de cosmovisão e sua influência à prática ministerial. O estudo busca compreender como diferentes visões de mundo influenciam a atuação pastoral e o ministério cristão. O objetivo é descrever a importância de uma cosmovisão bíblica no ministério pastoral e como isso afeta diretamente as atividades ministeriais. Para tanto, a pergunta aventada é: até que ponto o estudo sobre cosmovisão pode influenciar a prática ministerial cristã? A hipótese levantada é que uma compreensão clara da cosmovisão bíblica, aplicada a prática ministerial, contribuirá para um ministério mais eficaz e resiliente diante dos desafios das visões de mundo da contemporaneidade. Utilizou-se pesquisa bibliográfica descritiva para elaboração e desenvolvimento a questão levantada. O levantamento teórico para o estudo foi construído a partir da contribuição de autores que já se debruçaram sobre o assunto, alguns destes: Sire (2018), Vanhoozer (2016), Domingues (2018), Lidório (2014), Goheen (2016). Como resultado constatou-se que uma cosmovisão bíblica é saudável e fundamental para uma liderança pastoral eficaz e um ministério relevante.

Ética no pensamento protestante

2024-11-10T07:57:21-03:00

A doutrina da justificação pela graça mediante a fé ocupou lugar seminal na Reforma Protestante cuja eclosão se deu com o padre agostiniano Martinho Lutero, no ano de 1517, em Wittenberg. Para o reformador alemão, o evento salvífico tem caráter unilateral, quer dizer, é um ato singular operacionalizado pela graça de Deus, portanto, exclui qualquer contribuição humana, que apenas a recebe gratuitamente pela fé. Assim, o ser humano é inteiramente passivo no processo que culmina na sua salvação e/ou justificação. Todavia, esta compreensão soteriológica luterana, trouxe perturbações não apenas no horizonte dos debates teológicos, assim como, éticos. Grosso modo, a polêmica emerge da questão: se o humano é salvo por graça, significa que não necessita realizar boas obras? Ou, de modo mais radical: a fé na justificação pela graça compromete e anula a exigência ética? Nosso artigo analisa tais questões. Partindo de uma investigação bibliográfica dos escritos de Martinho Lutero, Dietrich Bonhoeffer e Jürgen Moltmann, que envolvem a temática justificação e ética, encontramos como resultado as seguintes constatações: a) justificação pela graça e as boas obras não implicam em doutrinas contraditórias, se respeitado a diferenciação contextual entre soteriologia e ética, em que ambos são refletidos; b) o pensamento protestante não se ocupa apenas com a dimensão teológica, mas alberga uma exigência da ética como práxis; c) no pensamento protestante, a ética é fundamental para as relações humanas, principalmente, do humano que se apresenta como discípulo/a de Jesus Cristo, logo, ser cristão é ser ético.